José Ernesto Costa

 
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José Ernesto Costa


 

José Ernesto Costa – José Ernesto Sousa Morais da Costa – nasceu a 7 de Agosto de 1947, no lugar do Salgueirinho, freguesia de Arcozelo, concelho de Ponte de Lima, onde, no local de encontro do Rio Labruja com o Rio Lima, aprendeu a valorizar a água, a respeitar o seu leito, tido como perigoso, brincando com as lavadeiras de então. Aos poucos, nessa realidade distante, aprendeu a nadar e a saltar do Arnado para o Lima.

Meio criança ainda, emigra para a Vila, adquirindo uma formação em contacto com público diverso, quer na mercearia, na tipografia ou na livraria Guimarães, onde lidou com grandes homens da poesia, letras, artes e jornalismo, tirando dessa relação grande aprendizagem que lhe tem sido útil ao longo da vida.

Cumpriu o Serviço Militar Obrigatório na Força Aérea Portuguesa, tendo sido mobilizado para Angola, onde comprou uma máquina fotográfica que lhe proporcionou o desempenho de funções de fotógrafo na Base Aérea n.º 9, em Luanda.

Terminado o serviço militar, decide emigrar para França, mais concretamente para Paris, onde permaneceu apenas durante cerca de um ano.

De regresso a Portugal, fixou-se em Lisboa, onde começou por trabalhar como vendedor, e, mais tarde, em Cascais, onde se estabeleceu durante anos como comerciante. Não resistindo ao apelo da sua terra natal, fixou-se posteriormente em Ponte de Lima, na freguesia de Arcozelo, onde continua a residir.

Tem publicações dispersas por revistas e jornais, nomeadamente: Alto Minho, Cardeal Saraiva, Falcão do Minho, Paróquia de Algés, Costa do Sol, A Aurora do Lima, Jornal de Felgueiras, Jornal Vento Novo, Íbis, O Anunciador das Feiras Novas, Revista Limiana e Revista da Liga dos Amigos do Hospital de Ponte de Lima, sendo desta última co-director.

Fez parte da direção da Liga dos Amigos do Hospital de Ponte de Lima, onde assumiu diversos cargos durante doze anos, designadamente o de Vice-Presidente. Colaborou na homenagem póstuma ao Poeta e Escritor limiano João Marcos (1913-2005), da qual resultou a publicação do livro João Marcos: vida e obra de um grande pensador da Beira Lima, que viria a ser publicado por João Gonçalves da Costa, em 2009.

É co-fundador da Casa do Concelho de Ponte de Lima em Lisboa, onde desempenhou as funções de secretário; da Associação de Geminação entre a vila de Arcozelo e a vila de Les Martres-de-Veyre, França; e da Associação de Escritores, Jornalistas e Produtores Culturais de Ponte de Lima (AEJPCPL), sendo seu atual secretário.

Fez parte da Comissão Instaladora do monumento à Rainha D. Teresa.

Para além da Menção Honrosa em Poesia Livre nos Jogos Florais 1980, do Jornal Vento Novo, de Sacavém, em 2002, esteve na génese do Concurso das Quadras Populares das Feiras Novas do jornal Cardeal Saraiva, fazendo parte da organização e do júri, e do Prémio Rio Lima e o Ambiente.

Reeditou, em 4 de março de 1995, uma colecção de postais antigos de Ponte de Lima, tendo publicado posteriormente as seguintes obras:

- Poemas da Terra e do Lima, 1996;
- Cheia do Rio Lima, 2001;
- Crónicas de um outro Tempo (I), 2004;
- Crónicas de um outro Tempo (II), 2005;
- Crónicas de um outro Tempo (III), 2006;
- Ginkgo-biloba, 2007;
- O nosso olhar sobre as Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, 2012; e
- PoéticArdente, 2021.

 

Bibliografia


1 – Poemas da Terra e do Lima

Edição do Autor, dezembro de 1996.
Esta colectânea de José Ernesto Costa apresenta um testemunho poético original sobre a paisagem limiana com os casos da aldeia, as sombras da emigração e “as noites frias” que, por vezes, se instalam no coração dos homens. O que nos surpreende mais nesta poesia – escrevi-o há mais de quinze anos – “são as imagens que atravessam os seus versos”. Muitos desses quadros sofridos, que emergem do sentimento inspirador, foram uma presença constante nos tempos da nossa infância. Mas aparecem aqui reconstruídos e enriquecidos de sentido.
LUÍS SOUSA DANTAS, no Prefácio do livro.


2 – Cheia do Rio Lima

Edição do Autor, março de 2001.
José Ernesto Costa, com o empenho e entusiasmo que se lhe reconhecem na preservação da memória das nossas coisas, andou de objectiva atenta e sensível a flagrar alguns aspectos dessa beleza horrível que é o espectáculo de um rio amotinado a derrubar tudo quanto lhe ofereça resistência à passagem e a devassar indomavelmente o íntimo reduto das indefesas e desesperadas vítimas.
Depois foi em busca de alguns bardos que, em tom laudatório ou recriminativo, pudessem legendar a documentação fotográfica. Fez uma escolha pessoal, eventualmente discutível quanto a critério e/ou abrangência, mas que não deixa de reflectir a tónica dominante da poética limiana ao longo dos tempos, quer no que toca à exaltação órfica do rio, quer no que nele é objecto de esconjuro e animosidade.
CLÁUDIO LIMA, no Prefácio do livro.


3 – Crónicas de um outro Tempo  (I)

Edição do Autor, outubro de 2004.
José Ernesto Costa viveu os verdes anos palmilhando as duas margens da ponte. Espírito observador, memória retentiva, coração arquivista (com licença de A. M. Couto Viana…), dessas deambulações ladinas foi colhendo algumas indeléveis imagens, alguns castiços perfis, dessa Ponte de Lima de então, pobrinha e sonolenta à primeira vista, mas digna e gaiteira no espírito de suas gentes e na preservação de seus valores.
Agora – em boa hora – decidiu-se a compilar algum desse acervo, enriquecendo-o com fotos alusivas e legendas complementares, brindando-nos com um memorandum do que de mais típico caracterizou a nossa sociedade de umas décadas atrás.
Digamos que se trata de um inventário sentimental, ainda que incompleto e a traço largo; um friso de figuras maioritariamente menores, ignoradas ou menosprezadas pelos fazedores da História, mas cujos feitos, pelo cunho de nobreza ou singularidade que os distinguiram, bem merecem escapar à vala comum do definitivo esquecimento.
CLÁUDIO LIMA, no Prefácio do livro.


4 – Crónicas de um outro Tempo  (II)

Edição do Autor, outubro de 2005.
…um livro magnífico, também no aspecto gráfico, repleto de fotografias pitorescas e elucidativas, intitulado Crónicas de um outro Tempo, que promete continuidade.
Não é estreia do autor no domínio da poesia ou no domínio da história regional. E isso reconhece-se na desenvoltura com que utiliza a palavra adequada para nos fazer chegar à sensibilidade tanto episódio e tantas figuras características, populares, da Ponte de Lima dos seus anos de garoto e adolescente.
…estas Crónicas de um outro Tempo perpetuam uma vida limiana humilde, de pequeno comércio, pequenos ofícios e pequenos lazeres (recordo-me da “dona Sarinha”, dos Correios, através de umas páginas natalícias do Conde d’Aurora), quase sempre de uma “arraia miúda”, que o nosso primeiro Fernão Lopes, também com alma de poeta, não esqueceu e a quem ofereceu a glória da eternidade.
O melhor louvor que lhes faço é confessar que, lendo-as, tive fundadas saudades desse “outro tempo” que não me foi dado viver!
ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA, no Comentário inserido livro.


5 – Crónicas de um outro Tempo  (III)

Edição do Autor, novembro de 2006.
José Ernesto Costa brinda-nos com outro volume magnífico passando, quase num estilo fotográfico, toda uma série de recordações no domínio da história regional. Com pormenores onde tudo se pode encontrar, seja a nível de pequenos episódios, seja da caracterização de figuras populares, sejam, ainda, narrativas das gentes Limianas, sempre pronto a tecer um comentário, a desenhar uma flor, tal qual criança que só necessita de papel e lápis.
São aguarelas de orvalhadas, registos, muita poesia, muitos caminhos de promessas onde por vezes, tal como a criança, não se encontra logo a flor, quem sabe a vida, talvez o sonho…
Fico-me com o Autor nesta sua procura incessante das palavras transportando-as para a escrita actual como forma de afirmar uma obra feita de muita teimosia e de muito amor, de muitas lágrimas, de muita paixão! Assim é a sua prosa em estilo “rimance” a marcar o ritmo cantante da Ribeira no apego à terra, às nossas coisas, a Ponte de Lima.
FRANCISCO SAMPAIO, no Prólogo do livro.


6 – Ginkgo biloba

Edição do Autor, novembro de 2007.
José Ernesto Costa, um dos nove sócios fundadores da Casa do Concelho de Ponte de Lima, publicou recentemente Ginkgo biloba, interessante livro de divulgação desta árvore milenar, originária da China, Japão e Coreia, e que atinge em Novembro “um destaque de entre todas as outras espécies, com um dourado único de beleza inigualável”.
Neste livro, José Ernesto Costa identifica e inventaria os 56 exemplares desta árvore existentes no Concelho de Ponte de Lima, a maioria dos quais plantados na sequência “de uma feliz germinação de sementes vindas de França, nos anos 90, encomendadas pelo Eng.º Acácio Gentil”, iniciativa que tornou Ponte de Lima, “provavelmente, na localidade do país que reúne um maior número de exemplares desta espécie”.
Para além desse inventário, o livro de José Ernesto Costa dá-nos a conhecer a existência de árvores da mesma espécie no Jardim Botânico de Coimbra (a que se refere Miguel Torga no seu “Diário, II, Coimbra, 14/9/1942, págs. 64-65”), no Jardim da Estrela e no Jardim Botânico de Lisboa. No Grande Porto, é divulgada a existência de exemplares no Horto Municipal das Virtudes, no Palácio Cristal, no Jardim Botânico, no Cemitério do Prado de Repouso e nos viveiros da Câmara Municipal.
O livro insere ainda um importante trabalho de carácter científico da autoria de João Gonçalves da Costa, com o título “Falar da árvore dos quarenta escudos”, onde é feita a descrição em termos morfológicos, de filologia e Botânica Sistemática desta “espécie tipo cuja origem, neste planeta, remonta a mais de 200 milhões de anos”, sendo por isso considerada “um fóssil vivo”.
É o próprio autor que nos explica, a págs. 21, a origem deste estranho título: “Para um Leitor que não tenha reparado, informamos que, há alguns anos atrás, havia no Jardim da Estrela, Lisboa, uma enorme árvore exótica, com um letreiro onde se podia ler: Árvore dos Quarenta Escudos – Ginkgo biloba L. Hoje, já desapareceu o tal letreiro, mas a enorme árvore persiste nesse local com porte vigoroso e boa saúde”. De facto, essa árvore “exótica” e de “porte vigoroso” não passa despercebida a quem circule junto à entrada poente do Jardim da Estrela, precisamente em frente à Basílica da Estrela.
O livro termina com a divulgação das propriedades medicinais da Ginkgo biloba, que a medicina chinesa tem vindo a usar desde há quase 5000 anos.
De referir ainda que existem disponíveis nas farmácias portuguesas, entre outros, os seguintes medicamentos com origem nesta espécie botânica de origem asiática: Abolibe, Biloban e Gincoben.
JOSÉ PEREIRA FERNANDES, in LIMIANA – Revista de Informação Cultura e Turismo n.º 7, de Abril de 2008


7 – O nosso olhar sobre as Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos

Edição do Autor, dezembro de 2012.
José Ernesto Costa, seu filho Délio e o amigo Varela resolveram, e bem, fazer várias incursões às lagoas, envolvendo-se de alma e coração naquele ambiente aprazível e incomparável. De máquina de tirar retratos a tiracolo, pronta a disparar a qualquer momento, lá foram, várias vezes, palmilhando o terreno, fruindo a paisagem e durante os períodos de silêncio, com respiros lentos e profundos, proporcionar aos pulmões o conforto de um ar despoluído e vivificante.
As máquinas lá foram disparando, colhendo imagens da abundante fauna e flora qua coabitam naquele magnífico e matizado cenário que a natureza moldou.
O trabalho realizado através das imagens captadas potencia a divulgação do espaço singular das lagoas e sensibiliza os cidadãos para um novo despertar no encontro daquele paradisíaco recanto. Uma riqueza cuja qualidade ambiental se deve estimular e ajudar na promoção daquele património natural, dado o grande potencial que congrega para o desenvolvimento da actividade turística. Um património natural que nos enche a todos de um enorme orgulho.
Parabéns, meus amigos.
FERNANDO ALDEIA, no Prólogo do livro.


8 – PoéticArdente

Edição do Autor, dezembro de 2021.
Amor, para além da etimologia que nos liga à afeição recíproca entre dois seres e ao vivo desejo de se unirem um ao outro, possuindo-se de modo contínuo, formando um todo, só faz sentido quando, à boa maneira platónica, está iluminado pelo amor da alma e que não tem em conta a irradiação que as ideias produzem sobre o corpo. A este conceito filosófico dificilmente poderemos deixar de nos imiscuir, para que o Amor seja verdadeiro ou saciado pelos elementos sensíveis, à contemplação e só depois à aspiração ao belo e ao bom, ao absoluto na sua plenitude.
É isso que José Ernesto Costa nos oferece na poética do olhar e da memória, quebrando a ilusão do amor egoísta e possessivo – quando platónico –, para renovar a esperança da afinidade secreta entre a consciência moral e a consciência amorosa, sob a influência do verdadeiro e puro amor, altura em que a alma ascende à contemplação do ideal e eterno. Daí, PoéticArdente ser sublimemente endereçado para sua alma gémea, eterna parceira através da longevidade do tempo, transparência que desperta em segredo, mesmo quando pretende desvelar, pelo bordar das palavras, o seu nome. Amor vivido, de toalhas estendidas, amornando seus corpos sobre as areias, em silêncio, vendo e sentindo os raios do sol aquecer e brilhar na malícia inocente das suas peles.
PORFÍRIO PEREIRA DA SILVA, no Prefácio do livro.


Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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