Jardim Sensorial (Portugal)

Jardim Sensorial (Portugal)


Concepção da ideia e concepção técnica

  • Álvaro Pereira - Arquitecto
  • Filipa Trigoso - Arquitecta
  • Raquel Frias - Arquitecta Paisagista
  • Luís Filipe Neto - Som
  • Sofia Ferreira - Psicologia e Audiovisual

 

Produção

  • Município de Ponte de Lima

 

Pretende-se aqui representar os diferentes ambientes aquáticos do Rio Lima em dois momentos distintos: a nascente e a foz. O rio segue o percurso pelo pátio central interior, espaço onde as pessoas podem reflectir sobre a relação que ele cria, quer pelas emoções que desperta, quer pelos sentidos que activa, compreendendo a sua importância na paisagem do Minho e na identidade cultural e paisagística que estabelece com a Vila de Ponte de Lima.

A instalação foi pensada como um invólucro fechado para o espaço exterior e aberto sobre um pátio interior de forma orgânica. Optámos por preencher a totalidade da área para que a peça assumisse um carácter de permanência e de escala com a envolvente, despertando no visitante a permanente descoberta interior.

Como se dota o real de magia? A construção, o material, o facto pode lá estar mas é através do imaginário que se constrói a magia. Os sentidos são a plataforma mediadora entre o real e a nossa imaginação. Quanto mais se “provar” o físico com o olhar, o tacto, a audição ou o cheiro mais se imprime essa experiência no nosso banco de memórias e mais facilmente estas serão relembradas.

Nas inter-relações entre o interior e o exterior destes espaços surgem as diversas dimensões do construído e da paisagem. O pátio central interior aberto pretende criar momentos de reflexão e introspecção. Nele podemos ler um livro, conversar, observar as plantas, ouvir diferentes sonoridades.

A “pele” exterior assume um carácter mais fechado para não se expor demasiado o interior. A “pele” interior que delimita o pátio funciona de forma mais aberta para confrontar a dualidade dos dois ambientes de rio e define planos visuais de distância ou de proximidade.

A nascente do Rio Lima é criada por intermédio de vegetação ripícola presente na zona montanhosa do curso de água. São utilizadas gravilhas com tonalidade cinzenta. O ecossistema dunar é desenvolvido com base na vegetação de foz do rio. O revestimento do solo é efectuado com recurso a areia da praia. Os dois ecossistemas ocupam locais opostos e no pátio central optou-se por revestir o solo com saibro compactado de tonalidade bege atravessado, em toda a sua extensão, pelo curso de água.

Ao longo da instalação, e de forma a intensificar os sentidos e os ecossistemas recriados, serão utilizados alguns sons próprios dos locais de nascente e da foz do rio.

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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