O tema do festival deste ano levou-nos a pensar nas árvores, metáfora da sabedoria e da organização do conhecimento nas áreas mais diversas da vida humana e natural, nos seus aspectos materiais e abstractos.

A construção de três árvores constitui o centro de atenção do jardim. Na respectiva execução utilizamos madeira – são árvores feitas de árvores.

O projecto, em forma de encaixes, inspira-se na ideia de várias “peças” que se relacionam para a obtenção e fixação do conhecimento.

O paisagismo da envolvente procura criar um jardim silvestre, em crescimento natural e sem limites definidos. Com movimento de terra, representamos diferentes níveis de conhecimento e de pontos de vista.

Flores e plantas mais coloridas e especiais estão instaladas nas prateleiras superiores das árvores, na base das copas. Assim, representam certas plantas e seres que vivem nas árvores e, numa simbiose necessária, alimentam-se mutuamente, protegem-se e/ou simplesmente convivem.

Sobre o solo, as raízes representam a base fundamental para sustentar o verdadeiro conhecimento. Neste nível, devemos prestar atenção para não tropeçar.

Os troncos estão formados por estruturas com estantes onde se encontram objectos, informação e curiosidades que pretendem instigar futuras pesquisas sobre as árvores por parte do público visitante.

A função destes conteúdos não é científica ou didáctica nem, tão-pouco, pretende ser exaustiva.

Entre outros objectos, nas prateleiras encontraremos amostras de celulose, material proveniente das árvores e fundamental para o fabrico de papel, principal suporte utilizado na divulgação do conhecimento durante séculos. Os galhos e as copas representam a amplitude de saberes e o resultado é sugerido pela quantidade de folhas, flores e frutos.

Homenageamos as árvores, fundamentais nas nossas vidas que, generosamente, nos acolhem, inspiram e ensinam, um exemplo completo do ciclo de vida na terra.