Orfeão Limiano

Orfeão Limiano


Quatro décadas de dedicação ao canto e às atividades culturais, em nome de Ponte de Lima

 



João Maria Carvalho



O Orfeão Limiano completa este ano 40 anos de existência e está de parabéns por mais este aniversário especial: são 4 décadas de dedicação ao canto e às atividades culturais, em nome de Ponte de Lima.

O Orfeão Limiano, no primeiro ato de apresentação pública, teve como padrinho o Orfeão de Vila Praia de Âncora que, com a sua Escola de Música, prestigiaram o início de atividade do Orfeão Limiano, marcando presença nesse primeiro concerto que se realizou no Teatro Diogo Bernardes, em 19 de maio de 1979. Aí esteve presente, também, como padrinho, o Cónego Dr. Manuel Faria, insigne compositor e professor bracarense, autor de muitas das composições interpretadas pelo Orfeão Limiano.

O primeiro maestro do Orfeão Limiano foi o Pe. Dr. António de Oliveira Fernandes que, a convite do Cónego Carlos Martins Pinheiro – o responsável pela criação do Instituto Limiano-Museu dos Terceiros – entendeu por bem enriquecer e completar a atividade da Instituição com a criação de um Orfeão.

O Orfeão Limiano realizou e tem realizado um trabalho profundo e notável no panorama artístico e musical, permitindo preencher a lacuna que, no campo da produção artística, deu alma e significado a Ponte de Lima.

Muito trabalho, de qualidade, foi realizado, o que permitiu que o Orfeão Limiano fosse ontem e hoje merecedor de grandes elogios e do apoio que que tem sabido merecer do município limiano. Foi e continua a ser estimado e respeitado pela autarquia, pela Igreja, pelo povo e por todos os grupos culturais. Neste contexto, foi embaixador e levou o nome de Ponte de Lima a grande número de terras do país bem como a muitas cidades da Galiza e Norte de Espanha e França.

O início das suas atuações ficou marcado pela presença nos inesquecíveis Encontros de Coros do Norte de Portugal. Marcantes foram também os Encontros de Coros do Minho, criados em 10 de junho de 1992 por iniciativa do Orfeão Limiano que, depois da organização do primeiro, viu o seu trabalho premiado com a realização de muitos outros, sempre em 10 de junho, em grande número de vilas e cidades do Norte do país.

Em 1998, no dia 4 de março, Dia de Ponte de Lima, foi homenageado o Diretor Artístico do Orfeão Limiano, o Cónego Doutor A. Oliveira Fernandes, numa sessão solene no cinema Rio Lima em que o Orfeão Limiano foi dirigido – como também em vários outros momentos do percurso – pelo professor João Maria Carvalho.

Merecedor de destaque foi, também, a gravação do primeiro CD, em 2007, a convite da Casa do Concelho de Ponte de Lima, por ocasião do seu 20.º aniversário. Nele ficaram gravados o Hino de Ponte de Lima e o Hino da Casa do Concelho de Ponte de Lima, cuja apresentação pública ocorreu em 24 de fevereiro no Forum Lisboa. O trabalho foi executado pelo Orfeão Limiano e pela Banda Sinfónica da Polícia de Segurança Pública, respetivamente dirigidos pelo Cónego Doutor António de Oliveira Fernandes e pelo Maestro Comissário José Manuel Ferreira de Brito.

Em 2009 o Orfeão Limiano esteve presente no XV Encontro de Coros do Minho, em Joane (Famalicão) e em dezembro colaborou com a APPACDM na apresentação do Presépio Vivo, na igreja Matriz de Ponte de Lima.

A alma e a força do Orfeão Limiano fizeram-se sentir, também, fora de Portugal. Assim, Ginzo de Limia foi a primeira cidade galega – uma das cidades geminadas com Ponte de Lima – a receber o Orfeão Limiano, seguindo-se Ourense, Carvalliño e Cariño. A cidade de Vandoeuvre, em França (cidade geminada com Ponte de Lima) também recebeu o Orfeão Limiano em Maio de 1993.

Ao completar os seus 30 anos, por impossibilidade manifesta do seu Diretor Artístico, o Orfeão Limiano fez uma pausa nas suas atividades.

Alguns anos mais tarde, a Direção do Instituto Limiano-Museu dos Terceiros entendeu ser urgente reativar o Orfeão.

O professor Nuno Tiago Lima foi, então, convidado a assumir a orientação do Orfeão Limiano e, assim, a sua reaparição pública aconteceu em dezembro de 2014, em concertos de Natal na igreja Matriz de Ponte de Lima e igreja Nova da Correlhã.

Continuou o Orfeão a crescer e a participar em inúmeros eventos como Encontros de Coros, inaugurações, concertos de Natal, comemorações e concertos programados pelo Município de Ponte de Lima.

Para marcar este ano 2019, ano de aniversário, o Orfeão Limiano, depois de já ter realizado vários concertos e contribuído para a edição de um CD, tem programadas várias atividades que passarão por concertos no país e no estrangeiro, pela participação no evento e por um Encontro de Coros em que ficará incluída uma cerimónia litúrgica de ação de graças por todos quantos pertenceram e pertencem ao Orfeão Limiano.

Nessa cerimónia litúrgica, ao completar 40 anos de existência, o Orfeão Limiano prestará uma singela mas merecida homenagem a todas e todos quantos, ao longo destas 4 décadas, trabalharam para tornar possível a festa que este ano celebramos. Aí ficará expressa, também, uma sentida homenagem àqueles que tendo dado alma ao Orfeão já não estão entre nós. Sem a coragem, sem a força, sem a entrega e dedicação de todos, a todos os títulos graciosa, jamais seria possível manter bem viva esta chama coral que anima e dá voz a Ponte de Lima.

 

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Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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