João Ricardo

 

João Ricardo


Compositor, cantor e criador do grupo brasileiro Secos & Molhados

 

 

João Ricardo Carneiro Teixeira Pinto, compositor, cantor e criador do grupo brasileiro Secos & Molhados, nasceu em 21 de novembro de 1949, em Arcozelo, Ponte de Lima, Portugal.

É filho de Maria Fernanda Gonçalves Talline Carneiro Teixeira Pinto, esteticista, nascida igualmente em Arcozelo, Ponte de Lima, em 16 de julho de 1924, e do poeta João Apolinário (João Apolinário Teixeira Pinto), natural de Sintra. Toda a família materna de João Ricardo é limiense. Uma tia e primos ainda vivem em Ponte de Lima, terra sempre visitada pelo compositor quando em viagem a Portugal.

Sua mãe saiu de Ponte de Lima para estudar na cidade de Lisboa, onde conheceu o poeta João Apolinário que, apaixonado, largou tudo na capital portuguesa para seguir seu grande amor e viver com ela em Ponte de Lima.

Aos 8 anos, João Ricardo, acompanhado de seus pais e irmã, mudou-se para a cidade do Porto, onde viveu até os 14 anos, visitando aos fins-de-semana o avô materno, Jorge Carneiro, em Ponte de Lima.

Em Dezembro de 1963, o pai de João Ricardo, João Apolinário, decide emigrar para o Brasil, para onde seguiu igualmente a sua família, em 28 de Março de 1964. Meses antes da grande mudança, o jovem compositor passa os seus últimos tempos em Portugal junto aos seus familiares, em Ponte de Lima, onde estudou no Externato Cardeal Saraiva.

Aos 21 anos, João Ricardo cria no Brasil o maior fenômeno de público e vendas de discos no país, àquela época: o grupo Secos & Molhados. A primeira apresentação do grupo aconteceu no bar Kurtisso Negro, de propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz Antonio Machado, no bairro do Bixiga, em São Paulo.

Com essa formação, chegam a ser convidados para gravar por Solano Ribeiro (diretor/criador dos maiores festivais de música no país) na gravadora Som Livre. Entretanto, um dos elementos do grupo, Pitoco, resolve continuar a sua carreira solo, já que havia lançado um compacto-simples com músicas suas inéditas.

No mesmo Kurtisso Negro, apresentava-se uma cantora e compositora chamada Luli (hoje Luhli), com quem João viria a compor alguns dos maiores sucessos da banda. Ela sugere-lhe um vocalista que João procurava e que morava no Rio de Janeiro: Ney de Souza Pereira, futuro Matogrosso.

Em 10 de novembro de 1971, Ney Matogrosso muda-se para São Paulo e, nesse mesmo dia à noite, gravam a música Vôo para a peça de Antunes. Alguns meses mais tarde, Gérson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado no grupo.

O grupo Secos & Molhados começa a ensaiar e, depois de um ano, apresenta-se no Teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e Tédio".

No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio "Prova" para gravar – em sessões de seis horas por dia, durante quinze dias, em quatro canais – o seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.

Os Secos & Molhados tornaram-se um dos maiores fenómenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendas de discos e público.

Em fevereiro de 1974, fazem um concerto no Maracanãzinho, que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil.

Em agosto do mesmo ano, é lançado o segundo disco, e Ney Matogrosso e Gerson Conrad decidem abandonar a banda. Ney, a partir de então, desenvolveu uma carreira notável, sendo considerado por público e crítica um dos maiores cantores do Brasil.

Em maio de 1978, João Ricardo lança o terceiro disco dos Secos & Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. Surge mais um sucesso do grupo, "Que Fim Levaram Todas as Flores?", canção mais executada no Brasil naquele ano.

O ano de 1979 foi marcado pela gravação do segundo álbum “Musicar” de João Ricardo, mas que seria lançado apenas no segundo semestre. A gravadora considerou-o hermético  para música popular brasileira contemporânea ou o que isso possa significar.

O quarto elepê dos Secos foi lançado em agosto de 1980 com nova formação: César e Roberto Lempé e Carlos Amantor, cantores e compositores. João decide parar por um tempo e viajar para fora do país, pedindo a estes elementos do grupo a rescisão dos seus contratos, o que foi por eles aceite.

João volta a fazer shows em junho de 1986 com a estreia “Em Conserto” (assim mesmo) no teatro João Caetano, com a participação especial do artista plástico/ator Marco Antonio Lima.

No resto do ano, João Ricardo entra em estúdio e começa a fazer testes com canções que pretende gravar, ainda sem nada muito definido. Essas canções entrariam no disco “Memória Velha” lançado no ano 2000.

Numa dessas noites de gravação nos Estúdios Matrix, conhece Carlos Zapparolli Jr., mais tarde conhecido como Tôto Braxil. Em 1987, João recebe a visita de Tôto e ficam amigos. Nasce aí a possibilidade do novo Secos & Molhados. Resolvem chamar os músicos Edinho (guitarra), Fernando (baixo) e Ninho (bateria). Em abril do mesmo ano, começam os ensaios para um único show no “Palace”, casa tradicional de shows, para o lançamento do novo integrante, Totô Braxil. Em junho do mesmo ano, ocorre o espetáculo De Volta Para o Futuro com a participação do grupo de teatro de bonecos “Cena Muda” de Marco António Lima e Eduardo Amos.

Em maio de 1988, sai o disco “A Volta do Gato Preto”, quinta formação da banda, com show de lançamento no Rio de Janeiro em temporada de quinze dias no “Teatro Ipanema”.

Em 1990, João Ricardo entra em estúdio para gravar um novo disco e realizar seu antigo sonho: lançar o seu primeiro álbum independente. No dia 1 de março, ocorre a mixagem do que também viria a fazer parte do cd “Memória Velha”. A culpa disso tudo não ter acontecido foi o confisco do dinheiro pelo governo da época. Em outubro do mesmo ano, Totô decide viajar para a Europa e João resolve mudar tudo de novo. Fazem o ultimo show, quando Tôto descobre estar doente.

No dia 10 de fevereiro de 1999, numa noite, João grava o novo disco dos Secos & Molhados apenas com uma guitarra. Em junho, lança oficialmente o cd “Teatro?”, junto com o seu site www.secosemolhados.com.

Vídeos

Secos & Molhados
Sangue Latino


Secos & Molhados
O Vira


Secos & Molhados
Flores Astrais


Secos & Molhados
Que Fim Levam Todas as Flores


Secos & Molhados
Rosa de Hiroshima


Secos & Molhados
O Patrão Nosso de Cada Dia


Secos & Molhados
CD Duplo - 1973 & 1974
full álbum


Rosa de Hiroshima
por João Ricardo


João Ricardo
Em Ponte de Lima, Viana do Castelo e Porto


Entrevista de João Ricardo
ao programa de televisão Pontapé Inicial


Testemunho de João Ricardo
sobre o Grupo Secos & Molhados (1)


Testemunho de João Ricardo
sobre o Grupo Secos & Molhados (2)


 

Galeria de Imagens

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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