João de Sousa

 

João de Sousa


Uma vida de dedicação à Comunidade

 

 

Nascido em 1942, João Gonçalves Rodrigues de Sousa é natural da freguesia da Ribeira, Ponte de Lima.

Desde a sua juventude, sempre manteve gosto pelo Teatro. A ele se deve a fundação do Teatro Académico Limiano (TAL), em 1962. O primeiro apelo, para a concretização de sonho de criação de um grupo de teatro, foi feito nas aulas do Externato Cardeal Saraiva, com autorização do então diretor, Padre Carlos Pinheiro. A recetividade dos alunos e professores foi excelente, logo no início do ano. A primeira assembleia geral, já com algumas dezenas de interessados, aconteceu logo a seguir. Foram, então, referidos os objetivos, a missão, o público alvo e a área de intervenção.

Nas férias estudantis de 1962, já com programa alargado e variado (teatro, instrumental, dança, jograis, monólogos…), preparado intensivamente, realizou-se o primeiro espetáculo aberto ao público, no ainda velhinho Teatro Diogo Bernardes. No elenco de artistas registaram-se participações de atores de várias idades, desde os 6 anos, embora os principais registos fossem da estudantada. Alguns adultos, familiares dos académicos, também participaram ativamente. A simpatia dos habitantes da vila foi extraordinária, já no período de ensaios, na preparação de cenários, da iluminação e adereços do palco, na oferta de materiais dos estabelecimentos comerciais.

Marcado o dia do 1.º espetáculo, a lotação do teatro esgotou de repente, pelo que se exigiu, logo a seguir, a repetição do programa da grande noite de abertura. De 1962 a 1966, a direção do TAL foi sempre dedicada e ativa. Selecionavam-se novas comédias ou dramas, para ensaios gradativos, o mesmo acontecendo com as restantes secções: conjunto musical, grupo de dança, variedades… De quando em vez, havia pequenas festas culturais, aqui e ali, conforme as “encomendas”, respirando-se alegria, entusiasmo, convívio e dinamismo.

No Teatro Diogo Bernardes, o TAL promovia sessões de cinema, com filmes selecionados, requisitados a empresas de Lisboa, que maravilhavam os assistentes, em casa cheia, porque de qualidade já mais evoluída do que antes era oferecido aos limianos. Era um dos processos de angariação de fundos para a aquisição de instrumentos musicais e outros materiais necessários. Em outubro de 1966, por razões profissionais, deixou de conviver e participar com o TAL, que continuou e durou enquanto foi possível.

 

Vida profissional

Frequentou os seminários de Braga, concluindo o Curso de Teologia, em 1966, e iniciando atividade sociocultural e religiosa em duas comunidades do Concelho de Vila Verde, Braga. Desde 1966, foi diretor e editor do jornal Voz de Terras de Bouro e colaborador de vários jornais minhotos: Cardeal Saraiva, Diário do Minho, Correio do Minho, entre outros.

Em 1972, após a dispensa da função que desempenhava, emigrou para Angola. Ali, para validação oficial do curso teológico e correspondência ao curso de filologia clássica, concluiu cadeiras ad hoc impostas pelo Despacho Ministerial de 14 de fevereiro de 1972, na Faculdade de Letras da Universidade de Luanda, ao tempo filial da Universidade de Coimbra. Iniciou no mesmo ano docência na Escola Industrial de Sá da Bandeira (Huíla). Em 1973, concluiu o curso de Ciências Pedagógicas, na mesma Faculdade de Letras.

De 1973 a 1976, exerceu funções de professor no Instituto Comercial de Sá da Bandeira (Huíla), ministrando as disciplinas de Português e Filosofia. Em 1977, realizou o estágio Pedagógico no Liceu de Abrantes; e, em 1978, integrou o quadro de professores na Escola Secundária D. Maria II, Braga, onde exerceu várias funções: orientador de estágios pedagógicos; coordenador do Jornal Escolar OASIS; fundador da Rádio Escolar; realização do primeiro filme do Auto da Barca do Inferno; promotor de várias exposições, debates, sessões culturais, exposições, teatro, literatura e música; realização de várias filmagens por alunos das aulas de Jornalismo; publicação de uma revista.

Em 1988/90, esteve destacado nas Escola Calouste Gulbenkian lecionando a disciplina de Português. Durante 11 anos acumulou função de professor de Português no Colégio Teresiano, em Braga, e fundou, também aí, a Rádio Escolar.  Foi ainda editor de vários cadernos práticos de português e Jornalismo. Em 2003, aposentou-se no 10.º escalão da carreira docente do Ensino Básico e Secundário.

 

Vida associativa, cultural e social

Em 1983, fundou o Centro Cultural e Social de Santo Adrião (CCSA), onde, desde então, até à presente data, exerce o cargo de Presidente da Direção, como sócio fundador n.º 1. Dirigiu também o Boletim da instituição Mensagem, edição trimestral, até à edição n.º 40, prosseguindo na mesma função com o Boletim depois denominado Solidariedade e Vida, até ao n.º 67. Coordenou várias outras edições promovidas pela Instituição.

Fundador de diversas associações, com destaque para: ASCURI (Associação Cultural da Ribeira); ACARE (Associação Comunitária de Apoio à Reabilitação de Braga); AMADOS (Associação Minhota de Apoio ao Doente Oncológico de Senologia), onde é, atualmente, presidente da Assembleia Geral. Elemento diretivo da Creche de Braga por dois anos, elemento diretivo do secretariado das IPSS, em dois mandatos, fundador da ACSRD de Valdreu (Associação Cultural e Social, Recreativa e Desportiva de Valdreu), onde é, atualmente, presidente da Assembleia Geral, fundador do Centro Jovem Synergia, com dois mandatos como Presidente de Assembleia Geral.

De 1983 a 1991, foi mestre do Coro do CCSA e ensaiador de teatro. Em 1984, publicou a obra Turquia – Drama das Grandes Guerras entre Turcos e Cristãos –  Teatro Popular Português. Esta insubstituível edição integra um alargado estudo crítico, seguido da fixação do texto a partir de várias fontes (orais e manuscritas), tornando-se o texto de referência para posteriores encenações desta peça de teatro popular, no lugar de Crasto, freguesia da Ribeira, no contexto da festa religiosa do Senhora da Cruz de Pedra, no primeiro domingo de Agosto.

Continua a colaborar na construção de vários equipamentos para o alargamento de novas respostas sociais, ainda em défice, na comunidade bracarense. No âmbito associativo, desde sempre, e vincadamente desde 1983, sempre prestou todos os serviços de forma gratuita e em total voluntariado.

 

 

Ponte de Lima no Mapa

Ponte de Lima é uma vila histórica do Norte de Portugal, mais antiga que a própria nacionalidade portuguesa. Foi fundada por Carta de Foral de 4 de Março de 1125, outorgada pela Rainha D. Teresa, que fez Vila o então Lugar de Ponte, localizado na margem esquerda do Rio Lima, junto à ponte construída pelos Romanos no século I, no tempo do Imperador Augusto. Segundo o Historiador António Matos Reis, o nascimento de Ponte de Lima está intimamente ligado ao nascimento de Portugal, inserindo-se nos planos de autonomia do Condado Portucalense prosseguidos por D. Teresa, através da criação de novos municípios. Herdeira e continuadora de um rico passado histórico, Ponte de Lima orgulha-se de possuir um valioso património histórico-cultural, que este portal se propõe promover e divulgar.

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