Notícia publicada na revista “Correlhã em Festa” de 2020, transcrita, com a devida vénia, pelo Portal “Ponte de Lima Cultural”.
No bulício das muitas festas realizadas no salão do Parque de Nossa Senhora de Boa Morte, na Correlhã, Ponte de Lima, passa muitas vezes despercebida uma placa comemorativa, colocada numa das suas paredes.
Apesar da dignidade da recordação, não conseguimos saber quem mandou assinalar tão interessante acontecimento, merece felicitações, pela sentida e inteligente iniciativa; o que ouvimos e não confirmamos é que terão sido os seus amigos, ali presentes.
Não é todos os dias que um Cardeal Patriarca se desloca a uma localidade, e mesmo tendo sido apenas para conviver com os seus condiscípulos do Seminário de Braga, em interessante confraternização, no dia 5 de Outubro de 1996, comemorando com os seus amigos de juventude as Bodas Cardinalícias, não deixa de ser muito honrosa a escolha do local, a provar a boa qualidade das instalações, mas acima de tudo, para nós, pelo simbolismo de tão alta presença na nossa terra e pela importância dada a este conjunto admirável que tanto nos orgulha. Por certo que não deixou D. António Ribeiro de visitar o lindo Santuário de Nossa Senhora de Boa Morte e ali rezar.
D. António Ribeiro nasceu em 1928, na região de Celorico de Basto, como o atual Presidente da República, e faleceu em Lisboa no ano de 1998.
Ordenado em Braga em 5 de Julho de 1953, depois de um percurso brilhante, que até incluiu programa televisivo da sua responsabilidade entre 1964 e 1966, é nomeado Bispo em 1967 e Cardeal, pelo Santo Padre Paulo VI, no ano de 1973.
Ficou célebre a maneira inteligente como lidou com as dificuldades do tempo, religiosas, sociais e políticas, a lembrar atitude idêntica do nosso Cardeal Saraiva, tendo tido sempre uma atitude apaziguadora, durante a revolução de Abril, que muito contribuiu para a estabilidade, tão necessária em tempo de grandes mudanças.
Terá sido a permanência e convívio com os seus amigos do Seminário de Braga, na freguesia da Correlhã, um dos momentos descontraídos e naturalmente felizes, na fase final da sua vida, tendo falecido de doença prolongada, pouco mais de um ano depois, mais precisamente em 24 de Março de 1998.
Foi naturalmente um momento discreto, mas que não deixou de ser uma honrosa escolha, que muito orgulha o Santuário de Nossa Senhora da Boa Morte e todos os Correlhanenses.
